segunda-feira, 6 de abril de 2015

ÁGUA MINERAL NO PARÁ

Capanema - PA, 6 de Abril de 2015 -- Publicado em: 02/10/2013 às 23:30:45

Pesquisa afirma que água vendida no Pará não é mineral

A água foi coletada através de amostras de supermercados, pois nenhuma das empresas solicitadas permitiu que a água fosse retirada diretamente na fonte.

De acordo com o geólogo Milton Matta, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), a água mineral que se consome no Pará não atinge a quantidade ideal de minerais e possui um pH muito ácido, prejudicial para o organismo. Pesquisa de campo feita para monografia de especialização em Gestão Hídrica e Ambiental, pela engenheira agrônoma Érica Rodrigues, sob a orientação de Milton, revelou que o líquido comercializado em garrafões no Estado não pode ser considerado 'mineral', mas, sim, água potável comum.

A água foi coletada através de amostras de supermercados, pois nenhuma das empresas solicitadas permitiu que a água fosse retirada diretamente na fonte. O achado principal da pesquisa é que o consumidor paraense está sendo lesado, pois consome um produto que não segue o padrão, declara o geólogo. Pelas quantidades de minerais encontradas nas águas paraenses, Matta acredita que estas deveriam ser classificadas como 'água potável de mesa' - água 'normal', proveniente de fontes naturais ou artificiais e que apresenta condições de potabilidade -, pois não diferem de qualquer outra água subterrânea comum, encontrada nos mananciais que abastecem a capital. Desta forma, a água engarrafada, com a classificação de 'natural', nomenclatura utilizada pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), perderia significativamente o valor econômico.

O Decreto Lei de número 7.841, de 8 de agosto de 1945, conhecido como Código de Águas Minerais, define parâmetros dentro dos quais a água pode ser ou não considerada 'mineral'. Estabelece que, mesmo se a água não atingir os padrões estabelecidos, caso seja comprovada sua ação medicamentosa - através de estatística completas, observações e documentos clínicos -, pode ser classificada como mineral.

Este decreto é seguido pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) na liberação das fontes para exploração comercial, porém, esta definição não é unânime. 'Por ser uma lei de 1945, já está defasada em termos de denominação. Por causa disso, recebemos alguns questionamentos de geólogos em relação a esses parâmetros', explica o chefe do Serviço de Fiscalização do DNPM no Para, Sérgio Saito. Atualmente, 18 empresas possuem licença para engarrafar e vender águas de fontes ditas minerais em todo o Pará.

Enquanto as definições não são revisadas, consumidores podem estar pagando por água mineral e consumindo o líquido 'normal'. Na casa da recepcionista Shirley Carvalho, de 33 anos, o consumo é de um garrafão de 20 litros a cada dois dias. 'Usamos a água mineral para tudo. Preparo de sucos, comida e, é claro, para beber. Aqui em casa não falta', afirma. Ela acredita que esta água é a mais segura para servir aos seus dois filhos, Luna, de 4 anos, e Airton, de 13. 'Não confio na água de torneira, pois já ouvi relatos de pessoas que tiveram problemas de saúde ao consumi-la. Como tenho filhos pequenos, prefiro não correr riscos', declara.

Alternativa - O número de soluções disponíveis no mercado para diminuir a acidez da água cresce de forma proporcional ao aumento das pesquisas acerca do tema. Filtros ionizantes por ser encontrados com valores entre R$ 700 e R$ 3 mil. Jarras e capsulas com sistemas magnéticos prometem estabilizar a água em questão de horas, com preços menos “salgados”, entre R$ 400 e R$ 500. “Nas minhas primeiras pesquisas sobre a acidez da nossa água, vi a necessidade de adquirir um filtro que corrigisse o pH da água. É o método mais eficaz até agora”, explica Matta. Neles, a água é filtrada através de minerais, como a calcita, que alcalinizam a água, deixando seu pH entre 7 e 8,5, ideal para consumo.

Para quem não dispõe destes valores para investir, o geólogo recomenda uma solução simples: “Invista em um filtro comum e utilize a água da torneira. A Cosanpa trata e equilibra o pH da água, logo, observadas as condições de higiene, ela é mais recomendável para consumo”.

Fonte: O Liberal

 

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